Crise capitalista, duração do trabalho e gestão empresarial

Autores

  • Wilson Ramos Filho

DOI:

https://doi.org/10.30899/dfj.v3i6.497

Palavras-chave:

Duração do Trabalho, Quarenta Horas, Espíritos do Capitalismo, Crise do Capitalismo

Resumo

Depois de uma brevíssima incursão sobre os modos de regulação estatal sobre a duração do trabalho assalariado e das metamorfoses havidas no modo de gestão das empresas nos últimos quarenta anos, se buscará identificar as principais características da gestão capitalista neofordista, contemporânea ao neoliberalismo, que terminaram por ampliar não apenas a produtividade das empresas como também a sua lucratividade, correlacionando-as com dados comparativos quanto à carga horária semanal em diversos países para, ao final, concluir que mesmo sendo justa, oportuna e factível a redução da carga horária semanal reivindicada pelo movimento sindical, a mesma só virá em decorrência de alteração da correlação de forças na sociedade.

Biografia do Autor

Wilson Ramos Filho

Doutor em Direito, advogado (www.declatra.adv.br). Professor no mestrado em direito da UNIBRASIL, no Máster Oficial e no Doctorado en Derechos Humanos, interculturalidade y desarrollo, na Universidad Pablo de Olavide, Espanha, e na graduação, mestrado e doutorado na faculdade de direito da UFPR, em Curitiba, nas disciplinas de direito sindical e de direito do trabalho. Atualmente realiza pesquisa em pós-doutorado na École de Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris.

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Publicado

2009-03-30

Como Citar

Filho, W. R. (2009). Crise capitalista, duração do trabalho e gestão empresarial. Revista Brasileira De Direitos Fundamentais & Justiça, 3(6), 177–205. https://doi.org/10.30899/dfj.v3i6.497