NEURORIGHTS AS A NEW MANIFESTATION OF THE PROTECTION OF THE DIGNITIY OF THE HUMAN PERSON IN BRAZIL

Autores

  • Alisson Possa Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP
  • Laura Schertel Mendes Instituo Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa - IDP

DOI:

https://doi.org/10.30899/dfj.v22i51.1506

Palavras-chave:

Neurotecnologias, Neurodireitos, Desenvolvimento da personalidade, Direito Constitucional

Resumo

A neurociência e a neurotecnologia estão avançando em vários campos da vida humana, com tendência de dispositivos que interagem diretamente com a atividade neural chegarem ao mercado consumidor massificado para entretenimento como consequência dos investimentos de grandes empresas de tecnologias. Os neurodireitos surgem como proposta de novos direitos que buscam garantir mecanismos de defesa e mitigação de danos contra a ameaças que decorrem dessas tecnologias. O presente artigo realiza uma análise do atual cenário de discussões internacionais no tema e a relação com a defesa da dignidade humana no Brasil, concluindo pelo direito à liberdade cognitiva como uma nova proteção da personalidade no contexto de uma sociedade neurotecnologica.

Biografia do Autor

Alisson Possa, Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP

Advogado, Mestre em Direito Constitucial (IDP - Brasília), pesquisador internacional com estágio de pesquisa na Faculdad de Derecho de la Universidad de Granada (Espanha), Certified Informational Privacy Professional/Europe (CIPP/E - IAPP) , possui treinamento profissional em proteção de dados pela Academy of European Law (ERA), pós-graduação em Direito Digital e Direito Processual Civil. Atualmente é Membro da Comissão Especial de Direito Digital da OAB Nacional

Laura Schertel Mendes, Instituo Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa - IDP

É professora adjunta de Direito Civil da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). É doutora summa cum laude em direito privado pela Universidade Humboldt de Berlim, tendo publicado sua tese sobre proteção de dados na Alemanha. É mestre em "Direito, Estado e Constituição" pela UnB e graduada em direito pela UnB. É diretora da Associação Luso-Alemã de Juristas (DLJV-Berlim) e do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon). Tem experiência nas áreas de direito civil, direito do consumidor e direito constitucional, atuando principalmente nos seguintes temas: direitos da personalidade, privacidade e proteção de dados pessoais, direito e internet, interface entre direito constitucional e direito civil, bem como políticas públicas na Sociedade da Informação. É autora dos livros "Privacidade, Proteção de Dados e Defesa do Consumidor" (Saraiva, 2014) e Schutz gegen Informationsrisiken und Gewährleistung einer gehaltvollen Zustimmung: Eine Analyse der Rechtmäßigkeit der Datenverarbeitung im Privatrecht (A proteção de dados pessoais no setor privado: riscos do tratamento de dados e a garantia de um consentimento substancial), De Gruyter, 2015. Co-chair da sessão de Inteligência Artificial e Ética do BRAGFOST (2020), realizado por CAPES e Alexander von Humboldt Stiftung. 

Referências

BALAGUER CALLEJÓN, Francisco. La Constitución del Algoritmo. Zaragosa: Fundación Manuel Giménez Abad, 2022.

BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Direitos fundamentais em espécie. In: MENDES, Gilmar; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Editora Saraiva, 2022. E-book.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Medida Cautelar no Mandado de Segurança n° 23.595.Rel. Min. Celso de Mello. 17 de dezembro de 1999.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Referendo em Medida Caular nas ADIS 6.387, 6.388, 6.389, 6.390 e 6.393. Distrito Federal, Brasília, DF, 07 de maio de 2020. Disponível em https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754358567 . Acesso em 25 de outubro de 2022

BUBLITZ, Jan-Christoph. My mind is mine!? Cognitive liberty as a legal concept. In: Cognitive enhancement. Springer, Dordrecht, 2013.

CELESTE, Edoardo. Digital constitutionalism: a new systematic theorisation. International Review of Law, Computers & Technology, v. 33, n. 1, p. 76-99, 2019. Disponível em

CHILE. Suprema Corte. Sentencia em Rol nº 105065-2023. Santiago, Chile, 09 de agosto de 2023. Disponível em https://tinyurl.com/5n8ftxpa . Acesso em 15 de agosto de 2023.

DE GREGORIO, Giovanni. The rise of digital constitutionalism in the European Union. International Journal of Constitutional Law, v. 19, n. 1, p. 41-70, 2021.

DENK, Winfried; BRIGGMAN, Kevin L.; HELMSTAEDTER, Moritz. Structural neurobiology: missing link to a mechanism understanding of neural computation. Nature Reviews Neuroscience, v. 13, no. 5, p. 351-358, 2012, p. 357

DONEDA, Danilo. Da privacidade à proteção de dados. 2ª ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019, p. 30

FARINELLA, Favio; GULYAEVA, Elena Evgenyevna . Human neuro- rights. QUAESTIO IURIS MAGAZINE, v. 15, no. 1, p. 278-299, 2022, p. 290.

HOFFMANN-RIEM, Wolfgang. Innovaciones en la Jurisprudencia del Tribunal Constitucional Alemán, a Propósito de la Garantía de los Derechos Fundamentales en Respuesta a los Cambios que Conducen a la Sociedad de la Información. Direito Público, v. 12, n. 64, 2015.

HOFFMAN-RIEM, Wolfgang. Teoria Geral do Direito Digital. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022.

IENCA, Marcello et al. Towards a Governance Framework for Brain Data. Neuroethics, v. 15, n. 2, p. 1-14, 2021.

IENCA, Marcello; ANDORNO, Roberto. Towards new human rights in the age of neuroscience and neurotechnology. Life sciences, society and policy, v. 13, no. 1, p. 1-27, 2017.

IENCA, Marcello; HASELAGER, Pim. Hacking the brain: brain–computer interfacing technology and the ethics of neurosecurity . Ethics and Information Technology, v. 18, no. 2, p. 117-129, 2016.

MENDES, Gilmar Ferreira; FERNANDES, Victor Oliveira. Constitucionalismo digital e jurisdição constitucional: uma agenda de pesquisa para o caso brasileiro. Revista Brasileira de Direito, v. 16, n. 1, p. 1-33, 2020.

MENDES, Laura. Privacidade, proteção de dados e defesa do consumidor. São Paulo: Saraiva Educação, 2014.

MENDES, Laura. Apresentação. In: HOFFMAN-RIEM, Wolfgang. Teoria Geral do Direito Digital. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022.

PINTO, Paulo Motta. The right to free development of the personality. In: CANOTILHO, José Joaquim Gomes (coordenador). Portugal-Brasil ano 2000. Coimbra: Coimbra, 1999.

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais: na Constituição Federal de 1988. Livraria do Advogado Editora, 2006, 4ª edição.

SARLET, Ingo Wolfgang. Direitos fundamentais em espécie In: SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Constitucional, 10ª ed. São Paulo: Saraiva, 2021.

SARMENTO, Daniel. Dignidade da pessoa humana – Conteúdo, Trajetórias e Metodologia. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2016.

SCHREIBER, Anderson. Direitos da Personalidade, 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.

STEINERT, Steffen; FRIEDRICH, Orsolya. Wired emotions: Ethical issues of affective brain–computer interfaces. Science and engineering ethics, v. 26, no. 1, p. 351-367, 2020.

TEPEDINO, Gustavo. A tutela da personalidade no ordenamento civil-constitucional brasileiro. Temas de direito civil, v. 3, 1999.

WIMMER, Miriam; MORAES, Thiago Guimarães. Quantum Computing, Digital Constitutionalism, and the Right to Encryption: Perspectives from Brazil. Digital Society, v. 1, n. 2, p. 12, 2022.

ZANINI, Leonardo Estevam.; QUEIROZ, Odete Novais. A inviolabilidade da pessoa humana e o direito geral da personalidade. Revista Brasileira de Direito Civil, v. 27, n. 01, 2021. Disponível em: https://rbdcivil.ibdcivil.org.br/rbdc/article/view/535 Acesso em: 1 nov. 2022.

Publicado

2025-02-23

Como Citar

Possa, A., & Schertel Mendes, L. (2025). NEURORIGHTS AS A NEW MANIFESTATION OF THE PROTECTION OF THE DIGNITIY OF THE HUMAN PERSON IN BRAZIL. Revista Brasileira De Direitos Fundamentais & Justiça, 22(51). https://doi.org/10.30899/dfj.v22i51.1506